Livro: João Amado Gabriel decidiu fazer uma “viagem” ao seu passado. Primeira obra levou-o até às invasões francesas.
“Avô Capitão” é o nome do romance de estreia de João Gabriel, natural do concelho de Porto de Mós, atual repórter de imagem da televisão TVI. Trata-se de uma obra baseada numa história verídica, que conduz o leitor ao passado remoto das invasões francesas, das lutas liberais e dos usos e costumes de uma aldeia tipicamente portuguesa, plantada nos contrafortes da Serra de Aire.
“A criança de que trata a história chama-se Manuel Pereira Roque e eu sou neto dele em quinta geração”, conta o autor, que decidiu empregar o seu tempo livre num projecto que fosse “produtivo” e “interessante”. Nada melhor que “investigar” o seu passado e fazê-lo através da escrita. “Sempre tive interesse por genealogia, história e etnografia e estes gostos levaram-me a investigar a vida do meu antepassado no seu contexto histórico e cultural”, refere João Amado Gabriel.
A obra foi escrita “sem qualquer pretensão”, assegura, explicando ter sido incentivado a publicar, pois “era uma pena aquele registo ficar na gaveta”, já que “poderia ser útil para as gerações mais novas e era um bom pretexto para pôr as pessoas a ler”.
Quanto à escolha do romance, o escritor entende tratar-se de uma forma “interessante” de contar histórias, de falar da História de Portugal, “embora sem o rigor científico que uma obra como o ensaio, por exemplo, exigiria, mas com alguma criatividade à mistura”. “Ainda assim, enquanto escrevia, o meu lema era ‘não deixes que a ficção estrague a boa história que tens em mãos”, salienta.
Depois de publicada a obra “Avô Capitão”, que conta com o prefácio de António Luís Marinho, diretor-geral da RTP, João Amado Gabriel anda agora “atrás” da história de “uma pequena pintura feita em Espanha por volta de 1625 e que chegou a uma leiloeira de Lisboa em 2006, onde foi vendida como ‘pintura antiga‘”.
“Esse quadro é muito mais do que uma pintura, é a ponta de uma fantástica trama que dava para escrever um romance. Vamos ver se conseguirei dar conta do recado. O meu lema, esse, continuará a ser o mesmo: não deixar que a ficção destrua uma boa história”, afirma.
Helena Amaro
in “Diário de Leiria”